domingo, 1 de maio de 2011

Nada novo.

Sonhei com você. Não há nenhum segredo ou surpresa nisso. Mas eu sonhei com você. Não sei o que isso pode significar, além do fato de que você ainda anda aqui por dentro. É o preço que se paga por ser intenso. Sentir demais, amar demais: um drama quase fatal, verdade.
Mas se apegue aos fatos: ainda visita os meus sonhos, na anormalidade da duração desse amor chato, atualmente apático, e resistente. Já devia ter ido embora. Mas visita o meu sonho, e se não fosse esse cansaço que me arrebata, eu bem que poderia enxergar o sarcasmo que você carrega no olhar, como quem sabe o mal que está me fazendo. No entanto, sorri.
Sorri em meu sonho. Um sorriso irônico, convidativo.
Eu acordo só para tirar o seu gosto de saber que eu ainda sonho com você. Mas sua presença é capaz de trazer calor e vida aonde quer que esteja. Inclusive em meu sonho.
Posso me embriagar agora, e cair nesse chão em um sono tão profundo, que me impeça de sonhar. Mas eu sei, você não se contentaria com isso, e viria com o sorriso mais filho da puta entre todos os sorrisos que você sabe dar.
A culpa não vai ser minha se eu não resistir. Mais uma pra conta do destino. “Se eu me embriagar, posso acordar com uma ressaca suficientemente grande ao ponto de me fazer te odiar”, falo à sua presença constante nessa casa.
Sorrimos, sem precisar explicitar a conclusão: nada me faz te odiar. E então eu durmo. E sonho com você.


Por: Vitor Andrade

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